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Os nossos mortos
Hoje é 2 de novembro, dia de finados, dia os mortos. Lá fora, no prédio vizinho, brincam as crianças. lembrei que meus avós, meus bisavós, tavez tenham brincado assim. Talvez tenham corrido pela rua de terra, em alarido, imaginando um futuro que talvez tenha sido outro. Há outros, para além dos meus bisavós, mergulhados num…
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A intimidade da dedicatória
Havia nesse livro que eu peguei com o Olivar uma dedicatória linda. Escrita com letra delicada, caneta de ponta porosa, preta, e adornada com desenhos que evocam a história contida no livro, a dedicatória é endereçada a um casal, familiares de quem a escreveu. Na mesma hora me animei a escrever um texto sobre essa…
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Rua da Matriz, 97
Eu pegava o ônibus, Jordão Alto ou Jordão Baixo, na Imbiribeira e seguia rumo ao centro da cidade. Atravessava o bairro de Afogados e seguia pela avenida Sul, um caminho desolado, margeado de um lado pelo muro que a separava dos trilhos da Rede Ferroviária Federal e do outro por uma sequência de ruínas e…
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As Árvores
As árvores sabem que estamos de passagem, que não viemos para ficar. Esperam e observam nosso movimento. Elas se movimentam com o vento, com o ruído dos animais, todos de passagem. Observam e presenciam a morte de suas irmãs, que são carregadas em caminhões para serem transformadas em revistas, em móveis, em casas. [Texto de…